Havia a expectativa de que o parlamentar do Espírito Santo, que foi
cabo eleitoral de Bolsonaro na campanha presidencial e não conseguiu se
reeleger para o Senado em outubro, fosse indicado para o comando de
alguma pasta na Esplanada dos Ministérios.
Questionado nesta quarta-feira sobre a possibilidade de que Magno Malta
vir a ser indicado para o comando de uma das últimas duas vagas em
aberto no primeiro escalão, Bolsonaro disse aos jornalistas que se sente
"devedor" e "grato" ao senador e que "as portas estão abertas" para ele
no futuro governo. Mas, na avaliação do presidente eleito, Malta pode
"servir à pátria" em outra função.
"A
questão de um possível ministério [para Magno Malta], não achamos
adequado no momento. Agora, ele pode estar ao meu lado, sim. Nunca foram
fechadas as portas para ele. E ele pode servir à pátria estando ao meu
lado, em outra função. Apenas isso" (Jair Bolsonaro).
"Todos os meus amigos, que me ajudaram desde a campanha, se eu fosse
ofertar-lhe um ministério... Ficaria complicado da minha parte. Tenho
uma dívida de gratidão com ele [Magno Malta], me ajudou muito durante a
campanha, mas não houve durante a campanha um comprometimento nesse
sentido", complementou o presidente eleito.
Bolsonaro destacou ainda que, no período da articulação de alianças,
ele ofereceu a Magno Malta a vaga de vice na chapa presidencial, mas o
senador do PR preferiu tentar a reeleição.
"Eu ofereci como vice-presidente, ele achou melhor disputar o Senado e,
acabando o Senado, ele não foi reeleito. Tínhamos um desenho do
ministério na cabeça. Infelizmente não coube o perfil dele, não se
enquadrou nessa questão. Apenas isso", disse.
'Não sou homem de frustração'
No início da noite, Magno Malta foi questionado no Senado sobre as
declarações de Bolsonaro de que o perfil dele não se enquadrava no do
futuro governo.
Ao responder, o senador disse que o repórter deveria formular a pergunta ao próprio presidente eleito.
"Aí
você tem que perguntar para ele. Ele é o presidente. Como eu montei meu
gabinete, ele tem que montar o dele. Se você não está entendendo, você
que tem que perguntar." (Magno Malta)
Indagado por jornalistas sobre se se arrependia de ter apoiado Jair
Bolsonaro na campanha presidencial e, no final das contas, não ter sido
convidado para integrar a nova gestão, o senador do PR disse que
continua lutando e defendendo o amigo.
"Não me arrependo de nada, faria tudo de novo", declarou o parlamentar capixaba.
"Não sou um homem de frustração. Sou um homem de luta e luta pelo que
acredito. As pessoas acham bonito quando se fala de Nietzsche e de
Marighella. Quando você fala de Bíblia, elas se espinham. Eu sou um
homem que depende de Deus, acredito nas coisas de Deus. Deus levantou
Bolsonaro e pronto", afirmou.
G1